Como podemos usar a tecnologia para diminuir o assedio sexual e violência contra as mulheres?
Tom - October 25, 2015 in abismo de gênero, aborto, aplicativo cívico, assedio, Chega de Fiu Fiu, congresso nacional, Daniela Silva, desafio, Destaque, Disque 100, estultice, estupro, Eventos, financiamento, Garoa, governo, Hackatona, Hackday, Juliana de Faria, leis, mulheres, PL 5069/2013, Sociedade, sustentabilidade, tecnologia, Thik Olga, Toró de ideias, Transparência Hacker, violência sexual, WIkipedia

Fonte: página Quebrando o Tabu.

Ações
Eu gostaria de convidar todos os que se sensibilizarem com esse problema a pensarmos o que podemos fazer com o uso da tecnologia para diminuir o assedio sexual e violência contra as mulheres. Algumas ideias simples abaixo, mas se você tiver outras, envie seu comentário!A) Aplicativo para celular que alimente o Chega de Fiu Fiu
Gostaria de convidar todos meus colegas de comunidades hackativistas (Transparência Hackers, Garoa Hacker, Open Knowledge Brasil, desenvolvedores independentes e outros) a desenvolvermos um apicativo para celular que alimente o site Chega de Fiu Fiu. Atualmente, para uma mulher ou menina relatar um caso de assedio, é necessário preencher uma planilha dentro do próprio site. Já existe o aplicativo Projeta Brasil, desenvolvido pela Ilhasoft de Alagoas, que mapeia diversas instituições para denúncias de casos que violem direitos humanos (violência sexual, trabalho infantil, violência sexual, violência física etc.), facilitando a pessoa achar o endereço e telefone da instituição mais próxima para relatar alguma violação ou ligar diretamente para o Disque 100, Ouvidoria Nacional responsável por receber, examinar e encaminhar as denúncias de violações de direitos humanos. (Temos que entrar em contato com a empresa para pedir a base de dados essas instituições) Recentemente submetemos uma proposta de projeto para o edital de governo aberto da cidade de São Paulo, análogo ao que proposmo aqui, mas não fomos contemplados. A proposta foi elaborada em parceria entre a Open Knowledge Brasil e a Think Olga (obrigado, Juliana de Faria, Luíse Bello e Isabela Meleiro). Mesmo assim, acredito que podemos juntar esforços e realizar um hackday ou hackatona onde devenvolveremos esse aplicativo cuja necessidade me parece ululante. Hackaday: minha sugestão é aproveitarmos a vinda da Daniela Silva (Open Society Foundations) ao Brasil, no dia 20 de novembro, já que ela está organizando um hackday junto a comunidade Transparência Hackers. Daniela é uma das fundadoras da comunidade Transparência Hackers junto ao Pedro Markun e da RodAda Hacker, que dá oficinas de programação para mulheres, tão excluídas dos meios tecnológicos. Sustentabilidade e financiamento: se devenvolver um aplicativo bacana, precisaremos que este seja sustentável e possamos mantê-lo. Não preciso nem mencionar que esse aplicativo cívico deve ter seu código aberto. Eu acredito que podemos fazer um financiamento coletivo via alguma plataforma voltada para isso (e. g., a Juntos com Você, site de financiamento coletivo para projetos sociais). Mas precisamos antes qual tecnologia vamos usar para o aplicativo e estimarmos os custos para mantê-lo e eventuais customizações. Podemos usar a infraestrutura da Open Knowledge Brasil para manter o projeto. Além do financiamento coletivo, sugestões de potenciais organizações financiadores para esse projeto são bem-vindas! Inspirações: Uma amiga sueca me recomendou dois projetos que usam o SMS para enviar informações geolocalizadas. O SMS-LIfeSavers, projeto que ela coordena e que envia SMS para civis treinados para fazer massagem cardio vascular. E o PulsePoint, que faz algo análogo. Na Argetina também criaram um projeto semelhante ao Chega de Fiu Fiu, o Habla me Bien, mas aparentemente está fora do ar.B) Melhorarmos páginas na Wikipédia sobre o tema
É sabido que a Wikipedia é uma das maiores fontes de informações do mundo e seu caráter educacional usado por milhões de pessaos no mundo todo, em centenas de línguas. Dia 31 de outubro já está sendo organizada a terceira editatona (inscrições aqui) da Wikipédia em São Paulo, também organizada pela Olga, onde voluntários se reunirão para capacitar mais mulheres a editar a enciclopédia livre, ainda mais com um abismo de gênero entre os editores da Wikipédia (veja mais sobre isso em Gender gap task force, um projeto da comunidade anglófona da Wikipedia). A iniciativa é ótima e sugiro melhorarmos os seguintes verbetes, alguns ainda inexistentes em português:- Legislação sobre o aborto (Abortion law)
- Filha da Índia (India’s Daughter)
- Dia Internacional da Mulher (International Women’s Day)
- Lei Maria da Penha
- Direitos das Mulhere (Women’s Rights)
- História das Mulheres (Women’s History)
- Mulheres na Política (Women in government)
- Movimento feminista (Feminist movement)
- Assédio sexual (Sexual harassment)
- Violência doméstica (Domestic violence)
- Violência sexual (Sexual violence)
- Pagamento igual pelo mesmo trabalho (Equal pay for equal work)
- Diferença salarial por gênero (Gender pay gap)
- Estupro (Rape)
- Contracepção (Birth control)
- Planejamento familiar (Family planning)
C) Parceria com autoridades responsáveis pela segurança pública e das mulheres
Por fim, precisamos após esse mapa de ações das autoridades competentes pelos casos de violações de direitos humanos e segurança dos brasileiros. Esse aplicativo da primeira proposta vai produzir dados sobre a violência e assédio contra as mulheres. Precisamos ver quais são os órgãos governamentais responsáveis por lidar com essas denúncias para facilitar a ação das autoridades competentes. Se alguém tiver sugestões qual seria a melhor forma de iniciarmos esse diálogo, com quem podemos começar o diálogo ou possuem algum contato, deixe nos comentários desse post. Esperamos que esse post seja apenas um ponta pé incial para oragnizarmos iniciativas e ações para diminuir esse grave mal que é o assedio e violência contra mulheres! Se souber de mais algum iniciativa no Brasil e pelo mundo, deixe um comentário!Ver também
- Dados e estatísticas sobre violência contra as mulheres
- Chega de Fiu Fiu! Cantada não é elogio | Juliana de Faria | TEDxSaoPaulo, emocionante palestra da Juliana Faria, da Olga, sobre o projeto Chega de Fiu Fiu
- ONU MUlheres: Fim da violência contra as mulhere
- El País Brasil: O dia em que relatos do primeiro assédio tomaram conta do Twitter (22 de outubro de 2015)
- Caso Masterchef: Violência sexual é coisa séria. “Piada” são os machistas
- Voluntários do movimento Wikimedia e Wikimedia Foundation organizam primeiro mutirão no Brasil para e com as mulheres, por Fernanda Campagnucci
- Disque 100 – Disque Direitos Humanos
